Scarface: The World Is Yours
Gênero: Ação / Aventura / Gore / KillCocksuckers!
Desenvolvido por: Radical Ent.
Distribuidora: Vivendi Games
Lançamento: 08/10/2006
Nota: 9,3
Review (encarnando Tony Montana)
Sabe GTA Vice City? Pois bem, GTAVC chupou 84% de inspiração do filme Scarface, desde as camisas Havainas e a Mansão de Tomy até o nome do cara, e agora você vai ter a honra de jogar um game direto desse filme clássico, (não sabe necas do filme? Crie vergonha na cara e assista a sessão da noite da Band ou desenbolse 19 contos em qualquer Carrefour e conheça o melhor que Al Pacino já fez na sua carreira).
Mas e aí? O jogo é tão bom quanto Vice City? Superar GTAVC não é fácil. Para nós aqui do 4G é a melhor versão da série, e Scarface consegue dar um pouco disso, é o melhor clone de GTA que você pode jogar no seu PS2. Ele tem seus pesares que acabam fazendo ele ficar meio que empatado com Vice City, mas o supera muito bem alguns aspectos, como você verá a seguir. Ah, você nunca jogou GTAVC? Então primeiro vá se fuder e, segundo, crie vergonha na cara mais uma vez, compre logo o seu e pare de ler isso aqui mesmo.
Scarface, ao contrário da maioria de jogos baseados em filme, é um final alternativo para a versão das telonas que, por sua vez, tem um final que deixa todo mundo indignado (ele morre no final pronto falei, hehe). Aqui você dá uma segunda chance a Tony Montana, você já começa o jogo na parte decisiva do filme, podendo se vingar do Exterminador do Futuro (assista pra entender essa). Já no tiroteio, você vai se sentir o filho da puta mais machão e carrancudo do mundo dando muitos tiros e xingando suas vítimas.
De cara você já sente controles firmes e precisos com a opção de mira automática que realmente funciona, botão de xingar para aumentar suas ‘balls’ (culhões saca?) e ainda a possibilidade de executar suas vítimas de perto com tiros certeiros que estouram cabeças arrancam pedaços lembrando bastante a jogabilidade do excelente The Punisher, contando até com o 'modo fúria' onde o jogo fica em primeira pessoa e você fica invencivél e xingando até a próxima geração desses cocksukers!
Depois desse tiroteio, Tony vive! E dá um inicio a reconquista do mundo com seus serviços de gangster-moderno-traficante-matador. Tony dá um tempo pra poeira baixar e retorna ao seu Cadillac 69 com bancos de oncinha para arregaçar tudo, buscando vingança e reerguer seu império do zero, começando com um traficante meia tigela, vendendo graminhas a viciados e, aos poucos, aumentando as quantidades e dominando a cidade até ter o mundo aos seus pés novamente.
As armas são mais do mesmo, com pistolas, espingardas, metralhadoras, lança foguetes a lá Resident Evil e, a não mais que infodivél motosserra, que com certeza nesse jogo tem o melhor controle e efeito para usá-la (e olha que eu sou um pusta fã de Evil Dead), com direito a usar o analógico direito no estilo Fight Night, só que aqui os ‘golpes’ arrancam cabeças, pernas, braços e por aí afora. Um outro detalhe são seus capagangas, que realmente prestam pra alguma coisa, podendo ser ordenados para defender algo ou partir pra cima.
O jogo também tem elementos de RPG. Você terá que conversar e negociar tudo, desde compra de drogas, subornar a puliça, depositar a verba no banco (sempre faça isso) e dar cantadas em minas nas boates, seguindo um sistema meio The Warriors, apertando, segurando e soltando na hora certa botões. Ao contrário do que parece na teoria, o ‘dialogar’ é legal pra caralho, pois tem uma perfeita atuação de vozes, embora não seja Al Pacino em pessoa o verdadeiro dublador (a voz dele de uns tempos pra cá mudou pra caralho), mas o dublador fez um puta trabalho e a voz ficou incrivelmente idêntica à do próprio na época, sem contar o sotaque. Os tipos das conversas e o jeito canastrão do personagem é impagável e te tenta a ficar conversando pra ver os xingoamentos e outras merdas que ele fala.
Os gráficos são excelentes para o gênero, com interiores bem feitos e detalhados, assim como os exteriores que não perdem em nada. Os carros são muitos bem desenhados, assim como as ruas, e a bunda da mulherada também merece certo destaque, aliás, o que você vê na tela é o top que o seu já capenga PS2 pode te oferecer num game desse gênero.
Som? Diálogos (até o Rodrigo Santoro dubla) fodas (sem dúvida é um dos jogos mais recheado de palavrões) à parte e literalmente. Os efeitos das armas é animal, assim como as explosões. As músicas são ótimas, não só pela seleção, que vai de Iggy Pop e Motörhead a Johnny Cash e Rick James, tudo isso por uma seleção de gênero que ainda tem a possibilidade de se montar suas próprias coletâneas e, o melhor de tudo, não precisa sentar no carro para ouvir a trilha sonora, ela rola solta quando você quiser, podendo temperar seus tiroteios com um ‘Cocaine Blues’, entre outras pérolas.
Mas nem tudo são mil maravilhas, o game peca em alguns aspectos. O quesito zoação, que impera nos GTAs, nunca foi superado e nesse não é diferente. Por mais que Scarface seja o jogo mais sangrento e boca suja do gênero, ele é muito politicamente correto, a começar que você não pode matar inocentes, e se você demorar para despistar a policia você está fudido (é isso mesmo que aparece na tela), não tem jeito, tu vai morrer cheio de pipoco em segundos, o que é uma pusta sacanagem.
As missões são muito legais e empolgantes no começo, mas aos poucos vãoicando repetitivas, hora ou outra com algumas compensações, já que você evolui ganhando armas e territórios, que vão de cidades a ilhas paradisíacas, e também com opções de controlar outros personagens, como o motorista ou uma assassina contratada, o que é bem relativo, e, quanto a essa evolução, o game é um pusta símbolo de capitalismo, pois além de você ralar e fazer o caralho a quatro para ter reputação, você tem que ficar comprando coisas para poder evoluir, e isso vai de carros, barcos até souvenirs para emperiquitar sua mansão, como jukebox, televisões, tigres empalhados, entre outras patifarias.
A dificuldade da parada é meio elevada, já que de repente, num tiroteio, você pode ter a cabeça estourada, não importando a sua energia, e o nível de procurado da polícia e das guangues (é, são dois) pra cima de você realmente importa, já que se eles estiverem putos com vossa senhoria, nem andar na rua tu consegue direito, e tudo isso pode fazer você apelar pra alguns cheats, que tem até uma forma meio intencional para serem feitos, através de senhas que ficam 'gravadas' e podem ser repetidos num clique durante a jogatina.
Moto e avião pra quê? Motos simplesmente não existem no jogo, e o único avião presente não é pilotavél, você só entra nele, seleciona a localização e voilá (ó, francês!)! Mas isso acaba até não fazendo falta pela grande variedade de carros, com réplicas de Lamborghinis e até um Delorean (de volta par o futuro, baby!), já que, no caso, você não é nenhum ladrãozinho capenga, como em GTA, aqui você pode até roubar, mas se precisar do carro é só ligar pra ‘o mothafucker’ do seu empregado que ele tráz a caranga até você, e, diga-se de passagem, a direção é ótima, com direito a drifts e tudo o mais.
No final, Scarface não é nenhum Vice City como esperávamos. Tudo é meio relativo, mas com certeza é o melhor que podemos esperar de um jogo do estilo hoje em dia, além de ser uma ótima continuação do filme, já que a todo momento você vai ter uma sensasão de jogar um filme pelas ótimas cenas e momentos marcantes (a vinagança da Mami é foda!), e, mesmo com algumas 'cagadas', logo elas são compensadas por alguns recursos e ótimos gráficos, que com certeza vai te fazer delirar com várias horinhas e muito sangue, palavrões, rock, explosões e diversão, lógico.
Video (pena que o cara que está jogando seja ruim pra cacete)
Trailer
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